Newsletter Conib - 1-03-11

Conib destaca
Terça-feira, 1º de Março de 2011
Por Celia Bensadon
Textos e manchetes da mídia nacional e estrangeira
Para informar nossos ativistas comunitários

1. "Nenhum governo se sustentará pela força", diz ministra na ONU


A ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, criticou as Nações Unidas por serem seletivas e atender a interesses políticos em suas diligências sobre as violações dos direitos fundamentais e lembrou os compromissos de defesa dos direitos humanos propostos pela presidenta Dilma Rousseff. Em discurso ontem durante reunião extraordinária no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para analisar a situação do governo líbio e o destino de seu líder, Muammar Gaddafi, a ministra comparou as rebeliões no Oriente Médio com a situação no Brasil durante a ditadura, lembrando como a mobilização popular contribuiu para a restauração da democracia. "Nenhum governo se sustentará pela força e pela violência. Nenhum povo suportará, em silêncio, a violação de seus direitos fundamentais", afirmou Maria do Rosário, referindo-se ao ditador líbio (Por Guilherme Amorim, Rede Brasil). Leia mais em:
Ministra pede debate sobre violações 'em todos os países'
Brasil explica voto favorável a sanções contra Líbia
Teste para diplomacia brasileira

2. Direitos humanos já opõem Irã e Brasil


A cúpula do governo do Irã reconhece o mal-estar em relação ao Brasil na área de direitos humanos e faz um apelo para a presidente Dilma Rousseff: que não mude o padrão de votação do Brasil na ONU em resoluções que condenam o regime de Teerã. Em entrevista ao Estado, o chanceler do Irã, Ali Akbar Salehi, admitiu que "pode haver mesmo conflitos em certas áreas na relação bilateral". O Irã confirmou a prisão de um dissidente, Mahdi Karroubi, e o chanceler insistiu que os protestos em Teerã não poderiam ser confundidos com o que ocorre na Líbia, Egito e Tunísia. "Não há comparação. Na Líbia, são movimentos espontâneos. No Irã, trata-se de algo manipulado”, diz ele (Por Jamil Chade, O Estado de S.Paulo). Leia mais em:
Teerã detém líderes da oposição, anuncia site

3. Dilma quer trazer reunião das Nações Unidas para o País

Para tentar demonstrar que o Brasil mudou sua posição em relação à política de direitos humanos em comparação à Era Lula, o governo da presidente Dilma Rousseff pretende transferir para o País uma reunião do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, que tradicionalmente é realizada em Genebra. Em discurso na ONU, a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, deixou claro que quer um evento no Brasil em breve. "Isso será importante para aproximar o conselho da América Latina", afirmou Maria do Rosário. Ela garantiu que o convite é da presidente Dilma (Por Jamil Chade, O Estado de S.Paulo).

4. Brasil vê mundo "a reboque" das revoltas árabes

O subsecretário-geral para a área de África e Oriente Médio do Itamaraty, embaixador Paulo Cordeiro, classifica a situação na Líbia como "guerra civil". Diplomaticamente, porém, evitou dizer com clareza que a situação de Gaddafi é insustentável. Para Cordeiro, que concentra no Itamaraty o acompanhamento da situação na Líbia e em outros países da região, a principal novidade é que o mundo ocidental "está a reboque" das revoltas populares do mundo árabe. Os povos assumiram o controle das revoltas e coube às potências, como EUA e Europa, e aos demais países, como o Brasil, unificar o discurso pela democracia, não violência contra civis e atendimento às reivindicações sociais. Ele identifica crise dos serviços de inteligência mais sofisticados do mundo, como a CIA, surpreendidos pelo movimento (Por Eliane Catanhêde, Folha de S.Paulo).

5. EUA querem investigar Irã sobre direitos humanos

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, conversou ontem com autoridades suecas para reativar a proposta da própria Suécia de criação de um representante especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU para investigar o Irã. A informação foi dada pela própria Hillary, em entrevista coletiva depois de encerrada a sessão de alto nível do conselho da ONU. A secretária de Estado aproveitou para reiterar as críticas aos "abusos" cometidos pelo governo iraniano na área de direitos humanos, cerceando as liberdades e promovendo uma "campanha de intimidação" aos opositores. Ontem, o Irã ameaçou oposicionistas que marcaram protesto para hoje. A proposta sueca deve ser votada dentro de duas semanas (Folha de S.Paulo).

6. Arsenal militar egípcio motiva preocupação entre israelenses

Assim como ninguém previu o que ocorreu no Oriente Médio, não há consenso sobre o que poderá acontecer a países passando por revoltas populares, como Egito e Líbia, a médio e longo prazos. O risco de surgirem regimes islamistas anti-Ocidente e hostis a Israel existe, por mais que o temor seja visto por muitos observadores apenas como reflexo da tradicional política americana e israelense de optar pela estabilidade política proporcionada por ditadores. Afinal, a história de revoluções costuma mostrar que o poder acaba nas mãos dos grupos políticos mais bem organizados e estruturados. Poderia ser o caso da Irmandade Muçulmana no Egito. Ou não. Mas um regime abertamente contra Israel viraria de cabeça para baixo a geopolítica regional (Por Ricardo Bonalume Neto, Folha de S.Paulo).

7. Novo chefe militar em Israel indica prudência na crise, diz professor


O perfil do novo chefe do Estado Maior israelense, general Benny Ganz, que tomou posse há duas semanas, indica que o país terá uma posição prudente em relação à turbulência nos países vizinhos, afirma Gabriel Sheffer, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém e consultor do governo. "O Ministério do Exterior é menos importante nesse cálculo do que o Exército e a Inteligência. Ganz é cauteloso, moderado", diz Sheffer, que na última quinta-feira reuniu-se com representantes da comunidade judaica do Rio (Por Claudia Antunes, Folha.com).

8. EUA preparam cerco militar a Gaddafi

De um lado, pressão financeira. De outro, militar. Ontem, ficou clara esta dupla estratégia dos países ricos para tentar forçar rapidamente a saída do ditador líbio, Muammar Gaddafi. Entre as medidas financeiras propostas estão a suspensão de repasse de cédulas impressas no Reino Unido, o congelamento por 60 dias dos pagamentos internacionais ao país e o bloqueio de US$ 30 bilhões em ativos da Líbia pelo governo norte-americano. No front militar, os EUA pretendem reposicionar forças aéreas e navais para mais perto do país, num claro sinal de intimidação. Também se discute forçar uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia (Folha de S.Paulo). Leia mais em:
U.S. Readies Military Options on Libya
EUA já avaliam intervenção militar na Líbia
EUA procuram respaldo na ONU para criar zona de restrição aérea na Líbia
EUA congelam US$ 30 bi em ativos líbios

9. “A responsabilidade de proteger líbios”


A soberania não é uma licença para matar. Nenhum Estado pode abdicar da responsabilidade de proteger seu próprio povo de crimes contra a humanidade e muito menos justificar a perpetração de tais crimes por ele próprio. Quando um Estado deixa, de forma evidente, de dar essa proteção, é responsabilidade da comunidade internacional fazê-lo com ações "coletivas, oportunas e decisivas", por meio do Conselho de Segurança, de acordo com o Capítulo 7 da Carta da Organização das Nações Unidas (ONU). Trata-se do princípio da "responsabilidade de proteger", apoiado por unanimidade na reunião dos chefes de Estado e governo da Assembleia Geral da ONU, em 2005, e depois endossado pelo Conselho de Segurança. Não há caso mais claro para sua aplicação hoje do que na Líbia (Por Gareth Evans - ex-ministro das Relações Exteriores da Austrália e presidente emérito do International Crisis Group, é co-presidente da Comissão Internacional de Intervenção e Soberania dos Estados; é autor de "The responsability to protect: ending mass atrocity crimes once and for all" -, em artigo no Valor Econômico).

10. “Vitória do multilateralismo”

Os fatos que vêm à luz na Líbia mostram evidências mais do que suficientes para julgar Gaddafi por crimes contra a humanidade, por atos passados e presentes. O TPI conduzirá uma investigação e se reportará ao Conselho de Segurança. Mas o ditador continua entrincheirado em Trípoli, e a comunidade internacional precisa manter a coesão e o ânimo para apoiar os que se rebelam contra seu tacão. O CS da ONU também decidiu pelo embargo de armas à Líbia, o congelamento dos bens de Gaddafi e de sua família, e a proibição de viagens ao exterior. São passos importantes (O Globo – Opinião).

11. Hillary diz que navios são só para resgate

Apesar de negar planos de intervenção militar por enquanto, os EUA anunciaram ontem que estão deslocando forças navais e aéreas para perto da Líbia, aumentando exponencialmente a pressão pela saída do ditador Muammar Gaddafi do poder. Washington também congelou US$ 30 bilhões em bens do governo líbio, maior quantia do tipo já bloqueada por sanções dos EUA. Sobre o reposicionamento, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou em Genebra que as forças militares podem ter utilidade em missões humanitárias e de resgate. Enquanto disse que todas as opções estão na mesa, ela afirmou não haver plano para combate neste momento (Por Andrea Murta, Folha de S.Paulo). Leia mais em:
EUA reposicionam forças aérea e naval perto da Líbia, diz porta-voz do Pentágono

12. Gaddafi ameaça bombardear manifestantes em Zawiya


O líder líbio, Muammar Gaddafi, ameaçou bombardear os manifestantes na cidade de Zawiya, a 50 quilômetros ao oeste de Trípoli, informou a rede Al-Jazeera, no Qatar. Um dos porta-vozes dos chamados "jovens da revolução de 17 de fevereiro" garantiu a emissora que ao menos três pessoas morreram na véspera em Misrata, a terceira cidade do país, a 200 quilômetros ao leste de Trípoli. A ameaça de bombardeios representaria a resposta de Gaddafi à rejeição dos habitantes da cidade de manifestarem apoio a ele (Efe). Leia mais em:
Governo Khadafi classifica sanções como ilegais e imorais
'Todo o meu povo me ama e morreria para me proteger', diz Muamar Gaddafi
Gaddafi desloca militares para fronteira com a Tunísia; cresce pressão mundial
Governo líbio distribui dinheiro para tentar acalmar manifestantes
Restaurantes de Benghazi oferecem comida de graça em troca de doações para a revolução

13. Brasileiros de Benghazi chegam ao Recife


Choro, alívio, emoção e promessa de muita comemoração marcaram o final feliz vivido por 148 brasileiros que trabalhavam na Líbia e chegaram ontem à noite ao Recife, em um voo fretado pela Queiroz Galvão. "Vou abraçar minha filha", afirmou o topógrafo pernambucano Douglas Menezes da Silva, pai de Dayanne, que nasceu no dia 22 e ele ainda não conhecia. "Agora acabou a agonia." O voo trouxe 148 pessoas, 130 deles funcionários da empresa e 18 parentes. Do total, 56 são pernambucanos. Cansados, os pernambucanos relataram momentos de tensão, mas destacaram que sempre se sentiram em segurança graças ao esquema montado pela empresa (Por Ângela Lacerda, O Estado de S.Paulo).

14. “Árabes e judeus lutando pelo Bem”


Árabes e judeus disputam no Brasil uma competição a serviço do bem. Em São Paulo, essa sadia rivalidade efetiva-se através da edificação de duas instituições primorosas: o Hospital Sírio-Libanês e o Hospital Albert Einstein. Quisera que, em plano mundial, árabes e judeus travassem uma competição para o bem, em vez de ficar jogando bombas uns nos outros. Tenho simpatia pelo Estado de Israel e tenho simpatia pelo Estado da Palestina. Não consigo compreender porque não possam conviver, lado a lado, o Estado judeu e o Estado palestino. Argumentei então, com irrestrita aprovação dos companheiros, que todas as nações têm o direito de constituir-se em Estado. Ora, os judeus eram uma nação, uma nação milenar dispersa pelo globo terráqueo. Logo, os judeus tinham direito a um Estado nacional. Meu voto de regozijo pela criação do Estado de Israel foi aprovado por unanimidade. Comunicamos nossa decisão ao Ministro das Relações Exteriores do Brasil, pedindo a ele que fizesse repercutir nossa manifestação junto aos líderes do Estado de Israel e onde mais fosse adequado. Não sei se nosso pedido foi atendido. Mais provável que não (Por João Baptista Herkenhoff - é professor pesquisador da Faculdade Estácio de Sá de Vila Velha (ES); autor do livro Dilemas de um juiz – a aventura obrigatória -, em artigo no Diário de Marília).

15. "Exército quer manter o poder no Egito"

O professor de ciência política Ellis Goldberg, da Universidade Americana do Cairo, diz acreditar que os militares tentarão preservar seu poder no Egito, ainda que não à frente do governo. Segundo ele, essa manutenção do status quo pode vir acompanhada de uma bem-vinda renovação geracional na política egípcia. “Estamos em uma situação muito transitória.O Exército não vai reescrever a Constituição - por isso nomeou uma comissão. Eles vão preferir emendar a Carta atual, mas muitos juristas preferem redigir uma nova. O Exército prefere um sistema presidencial forte, enquanto os manifestantes querem um Parlamento com mais poderes. Acho que essas são questões cruciais, e envolvem em que medida eles vão se livrar das seções da Constituição que viabilizam as leis de emergência e até que ponto limitarão o poder do presidente”, diz ele (Por Luciana Coelho, Folha de S.Paulo). Leia mais em:
MP do Egito emite ordem impedindo ex-ditador Hosni Mubarak e sua família de deixarem o país

16. Moacyr Scliar é sepultado no RS, que está sob luto oficial

O escritor e colunista da Folha Moacyr Scliar foi sepultado ontem, por volta das 12h, no Cemitério Israelita de Porto Alegre, em cerimônia para familiares e amigos. Scliar morreu na madrugada de domingo, aos 73 anos, em decorrência de falência múltipla de órgãos. Ele estava internado no centro de terapia intensiva do Hospital de Clínicas de Porto Alegre desde 16 de janeiro. Após o sepultamento, a família do escritor divulgou nota em que agradeceu as manifestações de solidariedade e falou sobre Scliar como literato -"dono de uma mente brilhante e criativa"- e como familiar -"generoso, apaixonado e de uma dedicação ímpar". "Seu legado é imortal. Moacyr, hoje somos nós que te abraçamos. Milhões!", conclui o texto, parafraseando o título do último livro, "Eu Vos Abraço, Milhões" (Por Graciliano Rocha, Folha de S.Paulo). Leia mais em:
O último adeus a Moacyr Scliar
ABL realiza hoje sessão de homenagem

17. “Milhagem”


Enquanto versões inéditas de entrevistas gravadas para GNT, SBT e Cultura vão ao ar aqui, Marília Gabriela circula pelo mapa. A passagem por Israel lhe valeu demorada visita ao Muro das Lamentações. Ao Roda Viva, ela volta dia 14 (Por Cristina Padiglione, O Estado de S.Paulo).

18. Irã diz que logo olímpico é racista


O logo da Olimpíada de Londres foi acusado de ser racista pelo comitê olímpico do Irã. Segundo os iranianos, o "2012" estilizado é, na verdade, a palavra "Zion" (Sion, em português), termo que remete ao movimento sionista. O sionismo é um movimento político-religioso que afirma o direito do povo judeu de ter seu Estado autônomo, Israel. Ele se choca com interesses de muçulmanos que vivem no Oriente Médio. A Federação Israelita de São Paulo afirma que o Irã está "buscando pelo em ovo". "É preciso ser muito criativo para ver a palavra "Zion" aí". O vice-presidente da federação, Ricardo Berkiensztat, disse ainda que o movimento sionista não é racista e que não se relaciona de modo algum com a Olimpíada (Por Adriano Fernandes, Folha de S.Paulo).

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